TÍTULO DO FILME: CABRA MARCADO PARA MORRER (Brasil, 1984) DIREÇÃO: Eduardo Coutinho
ELENCO: Elisabeth Teixeira e família, João Virgínio da Silva e os
habitantes de Galiléia (Pernambuco). Narração de Ferreira Gullar, Tite
Lemos e Eduardo Coutinho. 120 min., Globo Vídeo.
Gênero: Documentário, Ano de Lançamento: 1985, País de Origem: Brasil, Idioma do Áudio: Português do Brasil,
O filme “Cabra Marcado Para Morrer”
de forma simples procura retratar a sociedade dos esquecidos, aqueles
marginalizados dentro do sistema social. Abordando em seu contexto o
movimento dos trabalhadores do campo. É interessante destacarmos que os
personagens da produção são pessoas que verdadeiramente vivenciavam esta
realidade em seu cotidiano.
“Nada como um dia após outro com uma noite no meio e a graça de Deus pingando de hora em hora”.
O filme na minha concepção tem como
objetivo retratar os diversos movimentos sociais que perpassam dentro de
um espaço que destaca a terra como o alimento para milhões de
trabalhadores no Brasil e no mundo. Apresentando-nos a arte silenciosa
do movimento dos sem-terra, um discurso contextualizado e poematizado,
de indivíduos que são “amantes” de sua terra, ou melhor, sendo eles o
corpo onde habita a alma, a essência de sua terra.
O movimento MST (Movimento dos Sem-Terra)
de forma totalmente contrária a mídia e a outros órgãos que de forma
distorcida apresentam este movimento social, como um grupo composto por
vândalos, etc. Na realidade quando estudamos o movimento MST, notamos
que os membros do mesmo de forma organizada buscam difundir as suas
ideologias.
A
narrativa contextualizada do filme nos apresenta outro lado do
movimento, onde fica visível a presença da poesia, ou seja, da arte
gritante que mantém viva a centelha do movimento. A poesia é uma das
formas mais precisas que os mesmos utilizam para engendrar a sua
mensagem, seja ela discursada para um grupo maior de indivíduos, ou
narrada como falas presente no cotidiano.
O título do filme procura valorizar a
linguagem, o dialeto utilizado entre os indivíduos que compartilham do
âmbito que destaca a terra, o trabalho agrícola como o meio para a
sobrevivência. O Diretor Eduardo Coutinho se utiliza de
uma linguagem simples para valorização e eternização de momentos,
lugares e ações sociais que complexamente promoveram mudanças dentro do
processo histórico.
É importante ressaltar que Eduardo Coutinho de forma complexa procura os mínimos detalhes para caracterização e ao mesmo tempo descaracterização do homem do campo: “um
ser simples de pés nos chão, desdentados, com uma linguagem criada a
partir de um dicionário formulado por eles mesmos; homens “simples”,
porém dotados de muita sabedoria e experiência”.
A narrativa cinematográfica visa também
ressalta a organização destes trabalhadores do campo que juntos realizam
um movimento que de forma homogenia valorizam a sua terra.
Em suma, o filme “Cabra Marcado Para Morrer”
nos traz uma linguagem simples, um discurso pregado por grupos sociais
que são marginalizados, cabras que são marcados para morrer pelo
sistema, porém indivíduos que bravamente lutam diariamente pela
sobrevivência.
Por Dhiogo José Caetano Professor, historiador, escritor, poeta.
Cabra Marcado Para Morrer (1984). Direção e Roteiro: Eduardo Coutinho. Narração: Ferreira Gullar. Gênero: Documentário. Duração: 119 minutos.
Curiosidade: O
filme originariamente era uma produção de 1964, com o mesmo diretor, e
que foi interrompida pelo Golpe de 1964. Vinte anos depois foram
reunidos os mesmos técnicos, locais e personagens reais para contar a
sua história.
Fonte: http://cinemaeaminhapraia.com.br
Fonte: http://cinemaeaminhapraia.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário