Em outubro de 2011, cerca de 400 trabalhadores interromperam, por
seis dias, o corte da cana na usina Bela Vista, interior do Estado de
São Paulo. O protesto ocorreu em virtude das condições a que estavam
submetidos. Os sindicalistas e os procuradores do trabalho foram
convocados para intermediar as demandas dos trabalhadores. Irredutíveis,
queriam ser demitidos. Em uma conjuntura em que se luta pelo emprego,
esses trabalhadores reivindicavam a interrupção do contrato de trabalho.
Essa (apenas aparente) contradição é tratada pelo documentário
“Conflito”, dirigido por Beto Novaes e lançado recentemente, que
utiliza imagens gravadas pelos celulares dos próprios trabalhadores,
além do material captado por sua equipe.
Novaes, que é professor do Instituto de Economia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, possui em seu currículo filmes como “Quadra
Fechada” e “Migrantes”, que revelam a dura realidade daqueles que tornam
possível o “milagre” brasileiro do etanol, vendido como um combustível
“limpo”, mas que segue registrando casos de superexploração de
trabalhadores ou de trabalho análogo ao de escravo.
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