sábado, 24 de dezembro de 2011

Braços Cruzados, Máquinas Paradas


"Braços Cruzados, Máquinas Paradas" é um filme sobre a luta e a organização dos metalúrgicos de São Paulo. A eleição do sindicato e a greve que ocorreu em 1978, e que mudaria o cenário sindical brasileiro, dão ao filme as cenas de ação, em meio a uma profunda discussão sobre o sindicalismo brasileiro e um dos seus maiores problemas: a estrutura sindical corporativa do Estado.
Em 1978 fazia 14 anos que o país vivia sob a ditadura militar. Desde 1968, praticamente não se ouvia falar em greves. Milhares de sindicalistas foram presos, torturados ou mortos. Nos sindicatos reinavam os pelegos indicados pelo governo. Entre os metalúrgicos de São Paulo havia um grupo de trabalhadores ligados à Oposição Sindical Metalúrgica (OSM-SP), que organizava comissões de trabalhadores por fábricas.
No mesmo ano de 78 lançaram uma chapa para o sindicato. Em meio ao processo da campanha eleitoral, ocorreu a greve dos metalúrgicos do ABC. A OSM-SP consegue então mobilizar a categoria e deflagrar uma das mais importantes greves do país. Contra os patrões, o governo, a polícia e o sindicato, os trabalhadores entravam nas fábricas e, ao lado das máquinas paradas, permaneciam de braços cruzados. A vitória obtida no processo eleitoral do sindicato da América Latina não pode, porém, ser comemorada. Novamente o governo interveio no sindicato e nomeou uma diretoria comprometida com os seus interesses e dos patrões.
A OSM-SP, as organizações de base e o espírito de luta demonstrado naqueles dias, contudo, não foram esquecidos. Nascia ali um novo sindicalismo. Junto com os metalúrgicos do ABC e diversos outros sindicatos e oposições sindicais de todo o país a OSM-SP criaria, anos depois, a CUT. Suas idéias e praticas iriam influenciar o sindicalismo brasileiro por muitos anos e sua luta entraria para a história como uma das mas radicais e belas experiências da classe trabalhadora no Brasil.
Indicações de uso:
"Braços Cruzados, Máquinas Paradas" é indicado para aula de História, de Cidadania e para cursos de formação sindical e debates políticos. O filme é de uma profundidade ímpar no trato dos problemas do movimento sindical no Brasil, aprofundando o debate sobre a estrutura sindical. As origens do novo sindicalismo e da CUT aparecem neste filme protagonizados por aqueles que, ao longo do tempo, ficaram menos conhecidos - as oposições sindicais.
Ficha técnica:
Data: 1978
Direção: Sérgio de Toledo Segall e Roberto Grewitz
Duração: 76 minutos
Realização: Grupo Tanumã

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