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domingo, 12 de agosto de 2012

Cabra Marcado Para Morrer (1984)


 



TÍTULO DO FILME: CABRA MARCADO PARA MORRER (Brasil, 1984) DIREÇÃO: Eduardo Coutinho
ELENCO: Elisabeth Teixeira e família, João Virgínio da Silva e os habitantes de Galiléia (Pernambuco). Narração de Ferreira Gullar, Tite Lemos e Eduardo Coutinho. 120 min., Globo Vídeo.
Gênero: Documentário, Ano de Lançamento: 1985, País de Origem: Brasil, Idioma do Áudio: Português do Brasil,

O filme “Cabra Marcado Para Morrer” de forma simples procura retratar a sociedade dos esquecidos, aqueles marginalizados dentro do sistema social. Abordando em seu contexto o movimento dos trabalhadores do campo. É interessante destacarmos que os personagens da produção são pessoas que verdadeiramente vivenciavam esta realidade em seu cotidiano.
Nada como um dia após outro com uma noite no meio e a graça de Deus pingando de hora em hora”.
O filme na minha concepção tem como objetivo retratar os diversos movimentos sociais que perpassam dentro de um espaço que destaca a terra como o alimento para milhões de trabalhadores no Brasil e no mundo. Apresentando-nos a arte silenciosa do movimento dos sem-terra, um discurso contextualizado e poematizado, de indivíduos que são “amantes” de sua terra, ou melhor, sendo eles o corpo onde habita a alma, a essência de sua terra.
O movimento MST (Movimento dos Sem-Terra) de forma totalmente contrária a mídia e a outros órgãos que de forma distorcida apresentam este movimento social, como um grupo composto por vândalos, etc. Na realidade quando estudamos o movimento MST, notamos que os membros do mesmo de forma organizada buscam difundir as suas ideologias.
 
A narrativa contextualizada do filme nos apresenta outro lado do movimento, onde fica visível a presença da poesia, ou seja, da arte gritante que mantém viva a centelha do movimento. A poesia é uma das formas mais precisas que os mesmos utilizam para engendrar a sua mensagem, seja ela discursada para um grupo maior de indivíduos, ou narrada como falas presente no cotidiano.
O título do filme procura valorizar a linguagem, o dialeto utilizado entre os indivíduos que compartilham do âmbito que destaca a terra, o trabalho agrícola como o meio para a sobrevivência. O Diretor Eduardo Coutinho se utiliza de uma linguagem simples para valorização e eternização de momentos, lugares e ações sociais que complexamente promoveram mudanças dentro do processo histórico.
 
É importante ressaltar que Eduardo Coutinho de forma complexa procura os mínimos detalhes para caracterização e ao mesmo tempo descaracterização do homem do campo: “um ser simples de pés nos chão, desdentados, com uma linguagem criada a partir de um dicionário formulado por eles mesmos; homens “simples”, porém dotados de muita sabedoria e experiência”.
A narrativa cinematográfica visa também ressalta a organização destes trabalhadores do campo que juntos realizam um movimento que de forma homogenia valorizam a sua terra.
Em suma, o filme “Cabra Marcado Para Morrer” nos traz uma linguagem simples, um discurso pregado por grupos sociais que são marginalizados, cabras que são marcados para morrer pelo sistema, porém indivíduos que bravamente lutam diariamente pela sobrevivência.
Por Dhiogo José Caetano Professor, historiador, escritor, poeta.
Cabra Marcado Para Morrer (1984). Direção e Roteiro: Eduardo Coutinho. Narração: Ferreira Gullar. Gênero: Documentário. Duração: 119 minutos.
Curiosidade: O filme originariamente era uma produção de 1964, com o mesmo diretor, e que foi interrompida pelo Golpe de 1964. Vinte anos depois foram reunidos os mesmos técnicos, locais e personagens reais para contar a sua história.
Fonte: http://cinemaeaminhapraia.com.br

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Utopia e Barbárie - Filme Completo


Documentário; Direção: Silvio Tendler, 2009 Brasil; 
Idioma do Áudio: Português, Inglês, Espanhol, Francês, Italiano.
"Utopia e Barbárie" é filme histórico que percorreu ao todo 15 países: França, Itália, Espanha, Canadá, EUA, Cuba, Vietnã, Israel, Palestina, Argentina, Chile, México, Uruguai, Venezuela e Brasil. Em cada um desses lugares, Tendler documentou os protagonistas e testemunhas da história do século XX. Nas telas, o documentário transita por alguns dos episódios mais polêmicos da história mundial recente, como as bombas de Hiroshima e Nagasaki, o Holocausto, a Revolução de Outubro, o ano de 1968 no mundo (Brasil, França, Chile, Argentina, Uruguai, dentre outros), a Operação Condor, a queda do Muro de Berlim e a explosão do liberalismo mais canibal que a História já conheceu.



Crítica: 
Por Sergio Batisteli
Após 19 anos, a geração bastarda que sonhava com glórias e liberdade chega às telas. A partir da visão marxista, ou seja, um vasto conceito filosófico, que se baseia profundamente na ideia do homem como um ser social histórico, que possui a habilidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho. Assim, o homem tem a possibilidade de progredir e ampliar suas potencialidades humanas.

“Utopia e Barbárie” é o encontro do diretor Silvio Tendler consigo mesmo, após filmar o excelente longa-metragem “Encontro com Milton Santos”, de 2007. Tendler nos apresenta a história, pelo seu ponto de vista, dos últimos 50 anos do século XX. Contextualiza as guerras, as revoluções, suas utopias e as barbáries.

O documentário traz uma linguagem fílmica que não estamos acostumados a ver no cinema comercial, como a distorção de som e imagens. Recurso que ajuda o espectador a captar a sensação de estar vendo uma forma diferente à história recente da humanidade. Nessas quase duas décadas “Utopia e Barbárie” passou por 15 países, dentre eles França, Cuba, Brasil, Vietnã e EUA. O filme é narrado em primeira pessoa nas vozes de Chico Diaz, Letícia Spiller e Amir Haddad. Os entrevistados são influentes personagens (militares, dramaturgos, jornalistas, políticos, escritores, sobreviventes de guerra etc.) Um importante detalhe não foi deixado de lado no documentário, que é a repetição dos caracteres dos nomes dos entrevistados. Afinal, com os depoimentos com mais de 50 pessoas, fica difícil de lembrarmos os nomes de todos eles.

Silvio Tendler utiliza vários trechos de filmes para ilustrar diversas revoluções, por exemplo, “Roma Cidade Aberta” de Roberto Rossellini; “Campesinos”, de Marta Rodriguez e Jorge Silva, documentário que trata da forma de como os grandes proprietários de terra impõem a sua cultura e os conflitos em ocupações de terras, sobre os índios e camponeses; “Camilo Torres”, de Bruno Muel e J.P. Sergent, sobre o padre católico e guerrilheiro colombiano; “The Black Panther Newsreel”, que trata de registros históricos com entrevistas, audiências públicas e depoimentos de integrantes do grupo revolucionário Panteras Negras; “A Batalha de Argel”, narra a luta pela independência da Argélia, que põe em combate o exército francês e a Frente de Libertação, dirigido por Gillo Pontecorvo.
Talvez o mais impactante, por ser um trecho longo usado no documentário, “Setembro Chileno” conta a tomada do poder pelo general Pinochet. Obra de Bruno Muel, diretor, fotógrafo e jornalista. Tais filmes foram escolhidos a dedo, para representar através de outras obras cinematográficas os ideais, sentimentos e pensamentos de uma geração. O longa-metragem mostra que a utopia existe e paga-se um preço muito caro por isso.

Silvio Tendler conta a relação direta dos EUA com as ditaduras sul-americanas. Registros em áudio nos são apresentados com as vozes dos principais políticos, que na época defendiam a ditadura militar no Brasil e que ainda influenciam a opinião pública.

Nos anos 2000, Tendler exibe incríveis personagens em viagens feitas ao Oriente. Segundo o documentário, vivemos atualmente numa distopia, isto é, o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo está baseado numa ficção, no qual o valor representa a antítese da utopia, que tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica para se formar uma nova ideologia que não aceita o imperialismo.

“Utopia e Barbárie” é uma aula de história e segue como indicação para professores que se preocupam em ensinar fora da classe, preocupados em mostrar outras formas de conhecimento. Essa obra é o que se costuma chamar dentro do jornalismo de “grande reportagem”, que pode ser encontrada em revistas como Brasileiros, Caros Amigos, Piauí etc.

Leia mais no site http://sergiohpg.blig.ig.com.br

sábado, 24 de dezembro de 2011

HISTÓRIA QUE CONSTRUÍMOS - Parte 1: A Geração AI-5 e a Anistia

Tempo de Resistência


Documentário baseado no livro "Tempo de Resistência", de Leopoldo Paulino, sobre o período da Ditadura Militar no Brasil. A partir do depoimento de mais de 30 pessoas envolvidas na resistência à ditadura, o filme aborda todo o processo, desde o golpe até a anistia.
José Dirceu, Franklin Martins, D. Angélico Bernardino, Aloysio Nunes, Leopoldo Paulino (entre outros) avaliam o que levou os militares a tomarem o poder e contam as dúvidas e controvérsias que a esquerda viveu sobre como resistir. Analisam a crise do PCB e o papel de vanguarda assumido pelo movimento estudantil na luta pela democracia. Refletem sobre a dissidência na esquerda, a formação dos diversos grupos guerrilheiros e seus projetos revolucionários. Falam sobre o ano de 1968, sobre as greves e passeatas, sobre as prisões em Ibiúna, o AI-5 e a opção pela luta armada. Descrevem o recrudescimento da ditadura, as prisões, torturas e mortes. Lembram Mariguella, Câmara Ferreira, Lamarca e muitos outros que partiram.
Vários depoimentos tratam do exílio e os entrevistados emocionam-se com lembranças e com a derrota da guerrilha. Por fim, falam da abertura, da anistia e do papel da resistência em nossa história. Embalado por músicas de Chico Buarque, Francis Hime e Geraldo Vandré, e contando com impactantes imagens de arquivo, Tempo de Resistência é um dos mais completos documentários sobre o tema.

Indicações de Uso:
"Tempo de Resistência" é indicado para aulas de História, Cidadania e para debates políticos sobre o Brasil contemporâneo. Direitos Humanos, Movimento Estudantil e Política Nacional são outros temas que podem ser ilustrados por este filme que, pela profundidade da análise e pluralidade de visões sobre o processo histórico, é por si só uma verdadeira aula.

Ficha Técnica:
Data: 2004 Direção: André Ristum e Leopoldo Paulino Duração: 115 minutos Realização: Submundo Filmes

Videoteca

Braços Cruzados, Máquinas Paradas


"Braços Cruzados, Máquinas Paradas" é um filme sobre a luta e a organização dos metalúrgicos de São Paulo. A eleição do sindicato e a greve que ocorreu em 1978, e que mudaria o cenário sindical brasileiro, dão ao filme as cenas de ação, em meio a uma profunda discussão sobre o sindicalismo brasileiro e um dos seus maiores problemas: a estrutura sindical corporativa do Estado.
Em 1978 fazia 14 anos que o país vivia sob a ditadura militar. Desde 1968, praticamente não se ouvia falar em greves. Milhares de sindicalistas foram presos, torturados ou mortos. Nos sindicatos reinavam os pelegos indicados pelo governo. Entre os metalúrgicos de São Paulo havia um grupo de trabalhadores ligados à Oposição Sindical Metalúrgica (OSM-SP), que organizava comissões de trabalhadores por fábricas.
No mesmo ano de 78 lançaram uma chapa para o sindicato. Em meio ao processo da campanha eleitoral, ocorreu a greve dos metalúrgicos do ABC. A OSM-SP consegue então mobilizar a categoria e deflagrar uma das mais importantes greves do país. Contra os patrões, o governo, a polícia e o sindicato, os trabalhadores entravam nas fábricas e, ao lado das máquinas paradas, permaneciam de braços cruzados. A vitória obtida no processo eleitoral do sindicato da América Latina não pode, porém, ser comemorada. Novamente o governo interveio no sindicato e nomeou uma diretoria comprometida com os seus interesses e dos patrões.
A OSM-SP, as organizações de base e o espírito de luta demonstrado naqueles dias, contudo, não foram esquecidos. Nascia ali um novo sindicalismo. Junto com os metalúrgicos do ABC e diversos outros sindicatos e oposições sindicais de todo o país a OSM-SP criaria, anos depois, a CUT. Suas idéias e praticas iriam influenciar o sindicalismo brasileiro por muitos anos e sua luta entraria para a história como uma das mas radicais e belas experiências da classe trabalhadora no Brasil.
Indicações de uso:
"Braços Cruzados, Máquinas Paradas" é indicado para aula de História, de Cidadania e para cursos de formação sindical e debates políticos. O filme é de uma profundidade ímpar no trato dos problemas do movimento sindical no Brasil, aprofundando o debate sobre a estrutura sindical. As origens do novo sindicalismo e da CUT aparecem neste filme protagonizados por aqueles que, ao longo do tempo, ficaram menos conhecidos - as oposições sindicais.
Ficha técnica:
Data: 1978
Direção: Sérgio de Toledo Segall e Roberto Grewitz
Duração: 76 minutos
Realização: Grupo Tanumã

Videoteca 

Os Rurais da CUT


Documentário sobre a luta e organização dos trabalhadores rurais no Brasil a partir da organização do 1º Congresso do Departamento Nacional dos Trabalhadores Rurais da CUT (DNTR-CUT). O vídeo resgata a memória das principais lutas no campo desde a década de 1950, mostrando que a reforma agrária, a defesa do meio ambiente, a produção familiar e as melhorias das condições de trabalho e dos salários não é uma luta só dos rurais, mas de toda a classe trabalhadora.
"Os Rurais da CUT" mostra como o golpe militar abortou, através da repressão, as lutas e a organização dos trabalhadores rurais. O processo de modernização que foi implantado favoreceu apenas os grandes produtores, os latifundiários e a agroindústria, com subsídios, créditos para exportação etc. Aos trabalhadores coube a miséria e o êxodo para as periferias dos grandes centros.
Agrotóxicos, super exploração do trabalho, controle de poços pelos grandes proprietários, falta de acesso à terra, baixos salários, derrubada das florestas e construção de barragens. Estes foram alguns dos fatores que levaram os trabalhadores às greves, às ocupações de terra e à organização.
Com depoimentos emocionantes e imagens chocantes, o filme mostra a participação de trabalhadores sem-terra, parceiros, meeiros, seringueiros e outros extrativistas, pequenos agricultores, bóias-frias e assalariados rurais.
Indicações de Uso:
"Os Rurais da CUT" é um documentário indicado para aulas de História, Geografia, Cidadania e para debates políticos e cursos de formação sindical que tenham como tema a política agrária brasileira, o sindicalismo no Brasil e a luta pela terra.
Ficha Técnica:
Duração: José Roberto Novaes e Paulo Pestana
Realização: DNTR-CUT e Centro Ecumênico de Documentação e Informação
Duração: 35 minutos
Data: 1992

Videoteca 

domingo, 18 de dezembro de 2011

400 contra 1 - (trailer oficial) Como surgiu o Comando Vermelho




Sinopse:
Anos 70, presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Um grupo de presos resolve se unir para lutar por direitos e ideais coletivos. William (Daniel de Oliveira) é um dos líderes deste grupo, que fundou o Comando Vermelho. A nova organização cria uma conduta de solidariedade entre os presos, algo inédito até então. No início dos anos 80 o Comando Vermelho passa a agir nas ruas do Rio de Janeiro, realizando ousados assaltos.

Título original: (400 Contra 1 - Uma História do Crime Organizado)
Lançamento: 2010 (Brasil)
Direção: Caco Souza
Atores: Daniel de Oliveira, Daniela Escobar, Fabrício Boliveira, Branca Messina.
Duração: 98 min
Gênero: Drama

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