domingo, 25 de agosto de 2013

20 filmes de Charlie Chaplin para download ou visualização on-line




Internet Archive, organização sem fins comerciais dedicada a manter um arquivo de recursos multimídia na internet, disponibilizou para download 20 filmes do ator, diretor e produtor britânico Charlie Chaplin.
Charles Spencer Chaplin nasceu em Londres, em 16 de abril de 1889, e morreu em 25 de dezembro de 1977. Foi o maior nome da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia pastelão. Sua carreira também foi uma das mais profícuas da história do cinema, durou mais de 75 anos, desde suas primeiras atuações quando ainda era criança nos teatros do Reino Unido, durante a Era Vitoriana, até sua morte aos 88 anos, em 1977. Seu principal e mais famoso personagem foi o vagabundo Carlitos. Em 1972, Charlie Chaplin recebeu o Oscar pelo conjunto de sua obra e pelo “efeito incalculável que teve em tornar os filmes uma forma de arte”. Durante a cerimônia de entrega do prêmio recebeu a mais longa ovação da história do Oscar, foi aplaudido de pé, por cerca de dez minutos.
Os filmes disponibilizados pelo Internet Archive foram produzidos entre 1916 e 1919, são de domínio público ou  tiveram seus direitos cedidos para que fossem disponibilizados. São eles: “The Floorwalker”, “Police”, “The Fireman”, “The Vagabond”, “One A.M.”, “The Count”, “The Pawnshop”, “Behind The Screen”, “The Rink”, “Easy Street”, “The Cure”, “The Immigrant”, “The Adventurer”, “A Dogs Life”, “Triple Trouble”, “The Bond”, “Shoulder Arms”, “Sunnyside”, “A Days Pleasure” e “The Professor”.
Os filmes estão disponíveis nos formatos: MPEG4, Ogg Vídeo e  Cinepack. Para fazer o download basta clicar sobre o formato desejado e mandar salvar.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Crítica do filme "Utopia e Barbárie", de Silvio Tendler

Após 19 anos, a geração bastarda que sonhava com glórias e liberdade chega às telas. A partir da visão marxista, ou seja, um vasto conceito filosófico, que se baseia profundamente na ideia do homem como um ser social histórico, que possui a habilidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho. Assim, o homem tem a possibilidade de progredir e ampliar suas potencialidades humanas. 


“Utopia e Barbárie” é o encontro do diretor Silvio Tendler consigo mesmo, após filmar o excelente longa-metragem “Encontro com Milton Santos”, de 2007. Tendler nos apresenta a história, pelo seu ponto de vista, dos últimos 50 anos do século XX. Contextualiza as guerras, as revoluções, suas utopias e as barbáries.



O documentário traz uma linguagem fílmica que não estamos acostumados a ver no cinema comercial, como a distorção de som e imagens. Recurso que ajuda o espectador a captar a sensação de estar vendo uma forma diferente à história recente da humanidade. Nessas quase duas décadas “Utopia e Barbárie” passou por 15 países, dentre eles França, Cuba, Brasil, Vietnã e EUA. O filme é narrado em primeira pessoa nas vozes de Chico Diaz, Letícia Spiller e Amir Haddad. Os entrevistados são influentes personagens (militares, dramaturgos, jornalistas, políticos, escritores, sobreviventes de guerra etc.) Um importante detalhe não foi deixado de lado no documentário, que é a repetição dos caracteres dos nomes dos entrevistados. Afinal, com os depoimentos com mais de 50 pessoas, fica difícil de lembrarmos os nomes de todos eles.



Silvio Tendler utiliza vários trechos de filmes para ilustrar diversas revoluções, por exemplo, “Roma Cidade Aberta” de Roberto Rossellini; “Campesinos”, de Marta Rodriguez e Jorge Silva, documentário que trata da forma de como os grandes proprietários de terra impõem a sua cultura e os conflitos em ocupações de terras, sobre os índios e camponeses; “Camilo Torres”, de Bruno Muel e J.P. Sergent, sobre o padre católico e guerrilheiro colombiano; “The Black Panther Newsreel”, que trata de registros históricos com entrevistas, audiências públicas e depoimentos de integrantes do grupo revolucionário Panteras Negras; “A Batalha de Argel”, narra a luta pela independência da Argélia, que põe em combate o exército francês e a Frente de Libertação, dirigido por Gillo Pontecorvo.

Talvez o mais impactante, por ser um trecho longo usado no documentário, “Setembro Chileno” conta a tomada do poder pelo general Pinochet. Obra de Bruno Muel, diretor, fotógrafo e jornalista. Tais filmes foram escolhidos a dedo, para representar através de outras obras cinematográficas os ideais, sentimentos e pensamentos de uma geração. O longa-metragem mostra que a utopia existe e paga-se um preço muito caro por isso. 


Silvio Tendler conta a relação direta dos EUA com as ditaduras sul-americanas. Registros em áudio nos são apresentados com as vozes dos principais políticos, que na época defendiam a ditadura militar no Brasil e que ainda influenciam a opinião pública.



Nos anos 2000, Tendler exibe incríveis personagens em viagens feitas ao Oriente. Segundo o documentário, vivemos atualmente numa distopia, isto é, o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo está baseado numa ficção, no qual o valor representa a antítese da utopia, que tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica para se formar uma nova ideologia que não aceita o imperialismo.



“Utopia e Barbárie” é uma aula de história e segue como indicação para professores que se preocupam em ensinar fora da classe, preocupados em mostrar outras formas de conhecimento. Essa obra é o que se costuma chamar dentro do jornalismo de “grande reportagem”, que pode ser encontrada em revistas como Brasileiros, Caros Amigos, Piauí etc.



A revolução não será televisionada - O golpe na Venezuela

Trotsky A Revolucao Comeca na Escola - Dubla

Sinopse:
Leon Bronstein se considera a reencarnação do ícone da Revolução Soviética Leon Trotsky. E, se o seu pai achou que era um boa ideia enviá-lo para uma escola pública após ele ter incentivado uma greve em sua própria fábrica, logo ele vai se arrepender, devido aos atos do filho na escola.

Audiovisual - Movimento Passe Livre

Filmes

Amanhã Vai Ser Maior  (SARCASTiCOcomBR, 2005) é um documentário gravado no ano de 2005, durante a segunda Revolta da Catraca em Florianópolis, quando a população se organizou, saiu às ruas e, após um mês de mobilizações, conseguiu derrubar pela segunda vez um aumento na tarifa do ônibus.

Revolta do Buzu (Carlos Pronzato, 2003). Documentário registra cenas da Revolta do Buzú, mobilização de imensas vivida na cidade de Salvador em 2003. Durante quase um mês, pelo menos 20 mil jovens tomaram as ruas da cidade para exigir a revogação do aumento da tarifa, de forma descentralizada e espontânea. O filme mostra como as entidades estudantis tomaram a frente do movimento do qual não faziam parte, e colocaram fim à luta negociando com a Prefeitura pautas completamente alheias aos manifestantes.

Impasse (Doc Dois, 2010) é um documentário sobre as lutas por transporte público em Florianópolis, centrado nas manifestações contra o aumento da tarifa de 2010, mas também resgatando o histórico do MPL na cidade desde as Revoltas da Catraca de 2004 e 2005. O filme conta com cenas jamais exibidas na TV, entre elas flagrantes da violência policial, entrevistas com as autoridades da cidade, empresários, manifestantes e usuários do transporte coletivo.

Saída de Emergência (Leonel Casmão, 2007), documentário produzido pelos companheiros de Joinville discute a organização e o funcionamento do sistema de transporte coletivo, confrontando as propostas dos usuários e movimentos com a dos empresários de transporte.


Entrevista com Lúcio Gregori (Doc Dois, 2010), versão completa da entrevista gravada para o documentário Impasse. Lúcio Gregori, ex-Secretário de Transportes de São Paulo durante a gestão Erundina, explica com detalhes nesse filme o projeto da Tarifa Zero e da municipalização do sistema de transporte coletivo.

Palestra de Lúcio Gregori no Fórum de Transportes da Zona Sul (2011). Filme registra uma fala sobre Tarifa Zero feita pelo Lúcio Gregori, ex-Secretário de Transportes de São Paulo, em atividade realizada pelo MPL-SP no Fórum de Transportes de Santo Amaro, espaço de debate que reúne mensalmente militantes de fóruns de transportes organizados em bairros de toda zona sul de São Paulo.

Debate “Tarifa Zero: realidade possível” (Passa Palavra, 2012). Registro de debate realizado pelo MPL-SP junto ao CEUPES para a Campanha Tarifa Zero, na USP. Na mesa, Vladmir Safatle (professor de Filosofia da USP), Raquel Rolnik (urbanista da FAU-USP e relatora da ONU), Lúcio Gregori (ex-secretário de transportes de São Paulo) e Dayse (militante do MPL-SP).

Lúcio Gregori explica a Tarifa Zero (MPL-DF, 2008) em entrevista realizada pelo Paíque, militante do MPL Distrito Federal.


Teses contra a Tarifa Zero (Servos da Catraca, 2012). Vídeo realizado pelo grupo de teatro Servos da Catraca em parceria com o Grêmio Estudantil Bertold Brecht (ETEC São Paulo) e com o MPL-SP, no qual o Barão Catraca – o dono dos ônibus e das catracas – nega aos usuários a viabilidade da Tarifa Zero e defende o Vale-Transporte.

Ônibus Gratuito em Porto Real (TV Bandeirantes, 2011).  Reportagem apresenta a implementação da Tarifa Zero no sistema de transportes de Porto Real, cidade no Rio de Janeiro.

O Disturbio Está Só Começando (CMI-DF, 2005) Documentário realizado pelo coletivo do Centro de Mídia Independente do Distrito Federal junto ao cineasta Carlos Pronzato retrata as cenas iniciais da primeira grande jornada de luta travada pelo Movimento Passe Livre no DF, contra o aumento das passagens e exigindo o passe-livre estudantil.


O Distúrbio Já Começou (CMI-DF, 2006) Filme retrata a ocupação da antiga sede da DFtrans na rodoviária pelo MPL DF depois do anúncio do aumento de tarifas. o aumento previsto para aquele julho foi cancelado, acontecendo somente em 1° de janeiro de 2006, época de férias e desmobilização estudantil.


Teenage Riot – São Paulo (Vice, 2013). Documentário feito pela Revista Vice, de circulação internacional, sobre a luta do MPL no Brasil. Em 2011, os repórteres da Vice acompanharam o MPL São Paulo nas mobilizações do dia 26 de outubro – dia nacional de luta por transporte público -, realizadas no Centro e no Jardim Ângela.  Às vésperas da eleição, os atos tinham como mote a ideia de que  ”só a luta muda o transporte”. A manifestação no Centro foi violentamente reprimida pelos seguranças do Metrô Sé com apoio da Polícia Militar depois que os manifestantes tentaram pular as catracas da estação.

Dias de Dissídio (Lucas Finkler, 2013). Encabeçada pelo Bloco de Luta por Transporte, a população de Porto Alegre tomou as ruas da cidade em 2013 para exigir a redução do preço da passagem, que subira de R$2,85 para R$3,05. Após marchas e repressão policial, o povo saiu vitorioso e a prefeitura revogou o aumento. O filme “Dias de Dissídio” entrevista militantes autônomos do Bloco e também membros do Sindicato dos Motoristas Rodoviários, com quem os manifestantes forjaram uma sólida aliança.

    50 filmes para quem adora História

    50 filmes para quem adora História


    Olá galera, preparei uma lista com alguns filmes para quem adora História. Um filme quando vai abordar algum contexto histórico ele utiliza recursos pedagógicos para uma maior aproximação, entretanto, é válido lembar das vinculações ideológicas em determinadas obras. Por vezes, um filme tem mais a dizer sobre o momento em que foi produzido do que a época que pretende retratar. Confira:
    1 - Tempos Modernos (1939) – Direção: Charlie Chaplin
    Um operário de uma linha de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado.
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    2 - Z (1969) – Direção: Costa-Gavras
    Conheça o caso Lambrakis, onde a morte de um político foi encoberta vergonhosamente por políticos e policiais, na Grécia dos anos 60. Vencedor dos Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Edição, foi o primeiro filme a ser indicado também na categoria Melhor Filme.
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    3 - Dawson, Ilha 10 (2009) – Direção: Miguel Littin
    Dawson, Ilha 10, aborda o golpe militar que em 1973 derrubou o governo democrático de Salvador Allende e vitimou milhares de chilenos, dando início a uma das mais longas e sangrentas ditaduras da América Latina. O filme mostra o sofrimento de ministros do governo Allende que foram aprisionados em uma ilha gelada, de clima antártico, onde funcionou um campo de concentração projetado pelo criminoso nazista Walter Rauff, então refugiado no Chile.
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    4 - Ivan, o Terrível – Parte I (1944) – Direção: Sergei M. Eisenstein
    Em 1547, Ivan IV (1530-1584), arquiduque de Moscou, se auto-proclama o Czar de Rússia e se prepara para retomar territórios russos perdidos. Superando uma série de dificuldades e intrigas, Ivan consegue manipular as pessoas destramente e consolidar seu poder.
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    5 – Alexander Nevsky (1938) – Direção: Sergei M. Eisenstein
    Na Rússia do século 13, invadida por estrangeiros, o príncipe Alexander Nevsky arregimenta a população para formar um exército e conter a invasão de cavaleiros teutônicos. Baseado em fatos históricos.
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    6 – Em Nome do Pai (1993) – Direção: Jim Sheridan
    Em 1974, um atentado a bomba produzido pelo IRA (Exército Republicano Irlandês) mata cinco pessoas num pub de Guilford, arredores de Londres. O filme conta a história real do jovem rebelde irlandês Gerry Conlon, que junto de três amigos, é injustamente preso e condenado pelo crime. Giuseppe Conlon, pai de Gerry, tenta ajudá-lo e também é condenado, mas pede ajuda à advogada Gareth Peirce, que investiga as irregularidades do caso.
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    7 - Doutor Jivago (1965) – Direção: David Lean
    O filme conta sobre os anos que antecederam, durante e após a Revolução Russa pela ótica de Yuri Zhivago (Omar Sharif), um médico e poeta. Enquanto Strelnikoff representa o “mal”, Yevgraf representa o “bom” elemento da Revolução Bolchevique.
    Doctor Zhivago movie image
    8 – No (2012) – Direção: Pablo Larraín
    História do plebiscito que, em 1988, pôs fim a uma ditadura de 15 anos imposta por Augusto Pinochet. No conta a história de René Saavedra (Gael Garcia Bernal), um exilado que volta ao chile e vai trabalhar como publicitário a serviço da campanha “Não”, que tem como objetivo influenciar o eleitorado a votar contra a permanência de Augusto Pinochet no poder durante um referendo, feito sob pressão internacional, pelo próprio ditador.
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    9 – A Onda (2008) – Direção: Dennis Gansel
    Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.
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    10 - Amém (2002) – Direção: Costa-Gavras
    Kurt Gerstein (Ulrich Tukur) é um oficial do Terceiro Reich que trabalhou na elaboração do Zyklon B, gás mortífero originalmente desenvolvido para a matança de animais mas usado para exterminar milhares de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Gerstein se revolta com o que testemunha e tenta informar os aliados sobre as atrocidades nos campos de concentração. Católico, busca chamar a atenção do Vaticano, mas suas denúncias são ignoradas pelo alto clero. Apenas um jovem jesuíta lhe dá ouvidos e o ajuda a organizar uma campanha para que o Papa (Marcel Iures) quebre o silêncio e se manifeste contra as violências ocorridas em nome de uma suposta supremacia racial.
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    11 - O Encouraçado Potemkin (1925) – Direção: Sergei M. Eisenstein
    Em 1905, na Rússia czarista, aconteceu um levante que pressagiou a Revolução de 1917. Tudo começou no navio de guerra Potemkin, quando os marinheiros estavam cansados de serem maltratados, sendo que até carne estragada lhes era dada, com o médico de bordo insistindo que ela era perfeitamente comestível. Alguns marinheiros se recusam a comer esta carne, então os oficiais do navio ordenam a execução deles.
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    12 - A Paixão de Joana D’Arc (1928) – Direção: Carl Theodor Dreyer
    França, século XV, Joana de Domrémy, filha do povo, resiste bravamente a ocupação de seu país. É presa, humilhada, torturada e interrogada de maneira impiedosa por um tribunal eclesiástico, que a levou, involuntariamente, a blasfemar.
    É colocada na fogueira e morre por Deus e pela França.
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    13 - Persépolis (2007) – Direção: Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud
    Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma garota iraniana de 8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país, juntamente com seu regime brutal.
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    14 –  Adeus, Lenin! (2003) – Direção: Wolfgang Becker
    Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos.
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    15 - O Nome da Rosa (1986) – Direção: Jean-Jacques Annaud
    Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio.
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    16 – Lawrence da Arábia (1962) – Direção: David Lean
    Em 1916, em plena I Guerra Mundial, o jovem tenente do exército britânico estacionado no Cairo pede transferência para a península arábica, onde vem a ser oficial de ligação entre os rebeldes árabes e o exercito britânico, aliados contra os turcos, que desejavam anexar ao seu Império Otomano a península arábica. Lawrence, admirador confesso do deserto e do estilo de vida beduíno, oferece-se para ajudar os árabes a se libertarem dos turcos.
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    17 – Glória Feita de Sangue (1957) – Direção: Stanley Kubrick
    Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, Mireau (George Meeker), um general francês, ordena um ataque suicida e como nem todos os seus soldados puderam se lançar ao ataque ele exige que sua artilharia ataque as próprias trincheiras. Mas não é obedecido neste pedido absurdo, então resolve pedir o julgamento e a execução de todo o regimento por se comportar covardemente no campo de batalha e assim justificar o fracasso de sua estratégia militar.
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    18 - O Último Rei da Escócia (2006) – Direção: Kevin Macdonald
    O filme mostra os acontecimentos reais na Uganda durante os anos 70, quando o ditador Idi Amin (Forest Whitaker, ganhador do Globo de Ouro e indicado ao Oscar por este papel) exercia seu poder. A história é narrada por meio do ponto de vista de seu médico pessoal.
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    19 - Valsa com Bashir (2009) – Direção: Ari Folman
    Numa noite num bar, um homem conta ao velho amigo Ari sobre um pesadelo recorrente no qual é perseguido por 26 cães alucinados. Toda noite é o mesmo número de bestas. Ambos concluem que o pesadelo tem a ver com a missão deles no exército israelense contra o Líbano, décadas atrás. Ari, no entanto, fica surpreso ao perceber que não consegue mais se lembrar de nada sobre aquele período da sua vida. Intrigado com o enígma, Ari decide se encontrar e entrevistar velhos camaradas pelo mundo. Ele tem necessidade de descobrir toda a verdade sobre aquele tempo e sobre si mesmo. E quanto mais ele se aprofunda no mistério, mais suas lembranças se tornam aterrorizantes e surreais.
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    20 - A Queda – As Últimas Horas de Hitler (2004) – Direção: Oliver Hirschbiegel
    Traudl Junge (Alexandra Maria Lara) trabalhava como secretária de Adolf Hitler (Bruno Ganz) durante a 2ª Guerra Mundial. Ela narra os últimos dias do líder alemão, que estava confinado em um quarto de segurança máxima.
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    21 - A Culpa é do Fidel! (2006) – Direção: Julie Gavras
    Anna de la Mesa (Nina Kervel-Bey) tem 9 anos, mora em Paris e leva uma vida regrada e tranqüila, dividida entre a  escola católica e o entorno familiar. O ano é 1970 e a prisão e morte do seu tio espanhol, um comunista convicto, balança a família. Ao voltar de uma viagem ao Chile, logo após a eleição de Salvador Allende, os pais de Anna estão diferentes e a vida familiar muda por completo: engajamento político, mudança para um apartamento menor, trocas constantes de babás, visitas inesperadas de amigos estranhos e barbudos. Assustada com essa nova realidade, Anna resiste à sua maneira. Aos poucos, porém, realiza uma nova compreensão do mundo.
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    22 - A Infância de Ivan (1962) – Direção: Andrei Tarkovsky
    Durante a segunda Grade Guerra, os russos tentavam combater a investida nazista em seu território. Nas frentes soviéticas, Ivan, um garoto órfão de 12 anos, trabalha como um espião, podendo atravessar as fronteiras alemãs para coletar informação sem ser visto, e vive sob os cuidados de três oficiais russos. Mas, após inumeras missões, e com um desgaste físico cada vez maior, os oficiais resolvem poupar Ivan, mandando-o para a escola militar. Ganhador do Leão de Ouro em Veneza.
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    23 – O Que é Isso, Companheiro? (1997) – Direção: Bruno Barreto
    Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para sequestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.
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    24 – Narradores de Javé (2003) – Direção: Eliane Caffé
    Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.
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    25 – A Guerra do Fogo (1981) – Direção: Jean-Jacques Annaud
    A reconstituição da pré-história, tendo como eixo a descoberta do fogo. A saga de uma tribo e seu líder, Naoh, que tenta recuperar o precioso fogo recém-descoberto e já roubado. Através dos pântanos e da neve, Naoh, encontra três outras tribos, cada uma em um estágio diferente de evolução, caminhando para a atual civilização em que vivemos.
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    26 - A Missão (1986) – Direção: Roland Joffé
    No final do século XVIII Mendoza (Robert De Niro), um mercador de escravos, fica com crise de consciência por ter matado Felipe (Aidan Quinn), seu irmão, num duelo, pois Felipe se envolveu com Carlotta (Cherie Lunghi). Ela havia se apaixonado por Felipe e Mendoza não aceitou isto, pois ela tinha um relacionamento com ele. Para tentar se penitenciar Mendoza se torna um padre e se une a Gabriel (Jeremy Irons), um jesuíta bem intencionado que luta para defender os índios, mas se depara com interesses econômicos.
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    27 - Danton – O Processo da Revolução (1983) – Direção: Andrzej Wajda
    Na primavera de 1794, Danton (Gérard Depardieu) retorna a Paris e constata que o Comitê de Segurança, sob a incitação de Robespierre (Wojciech Pszoniak), inicia várias execuções em massa. O povo, que já passava fome, agora vive um medo constante, pois qualquer coisa que desagrade o poder é considerado um ato contra-revolucionário. Nem mesmo Danton, um dos líderes da Revolução Francesa, deixa de ser acusado.
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    28 - A Rainha Margot (1994) – Direção: Patrice Chéreau
    No século XVI um casamento de conveniência é celebrado com o intuito de manter a paz. A união entre a católica Marguerite de Valois, a rainha Margot (Isabelle Adjani), e o nobre protestante Henri de Navarre (Daniel Auteuil) tinha como meta unir duas tendências religiosas. O objetivo do casamento foi tão político que os noivos não são obrigados a dormirem juntos. As intrigas palacianas vão culminar com a Noite de São Bartolomeu, na qual milhares de protestantes foram mortos. Após isto Margot acaba se envolvendo com um protestante que está sendo perseguido.
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    29 – Tiros em Ruanda (2005) – Direção: Michael Caton-Jones
    Ruanda. Durante 30 anos, o governo de maioria Hutu perseguiu a minoria Tutsi. Pressionado pelo ocidente, o governo aceitou dividir o poder com os Tutsis, mesmo contra a vontade. Porém em 6 de abril de 1994 tem início um genocídio, que mata quase um milhão de pessoas em apenas 100 dias. Neste contexto um padre inglês e seu ajudante tentam fazer o que podem para ajudar a minoria Tutsi, mesmo tendo a opção de partirem para a Europa.
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    30 – Roma, Cidade Aberta (1945) – Direção: Roberto Rossellini
    Roma, 1944. Um dos líderes da Resistência, Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), é procurado pelo nazistas. Giorgio planeja entregar um milhão de liras para seus compatriotas. Ele se esconde no apartamento de Francesco (Francesco Grandjacquet) e pede ajuda à noiva de Francesco, Pina (Anna Magnani), que está grávida. Giorgio planeja deixar um padre católico, Don Pietro (Aldo Fabrizi), fazer a entrega do dinheiro. Quando o prédio é cercado, Francesco é preso pelos alemães e levado para um caminhão.
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    31 - Julgamento em Nuremberg (1961) – Direção: Stanley Kramer
    Após a 2ª Guerra Mundial um juiz americano é convocado para chefiar o julgamento de quatro juristas alemães responsáveis pela legalização dos crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra. Dirigido por Stanley Kramer (Adivinhe Quem Vem Para Jantar) e com Spencer Tracy, Burt Lancaster, Marlene Dietrich, Maximilian Schell, Judy Garland, Montgomery Clift e William Shatner no elenco. Vencedor de 2 Oscars.
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    32 - Diários de Motocicleta (2004) – Direção: Walter Salles
    Che Guevara (Gael García Bernal) era um jovem estudante de Medicina que, em 1952, decide viajar pela América do Sul com seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). Porém, quando chegam a Machu Pichu, a dupla conhece uma colônia de leprosos e passam a questionar a validade do progresso econômico da região, que privilegia apenas uma pequena parte da população.
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    33 - Platoon (1986) – Direção: Oliver Stone
    Chris (Charlie Sheen) é um jovem recruta recém-chegado a um batalhão americano, em meio à Guerra do Vietnã. Idealista, Chris foi um voluntário para lutar na guerra pois acredita que deve defender seu país, assim como fez seu avô e seu pai em guerras anteriores. Mas aos poucos, com a convivência dos demais recrutas e dos oficiais que o cercam, ele vai perdendo sua inocência e passa a experimentar de perto toda a violência e loucura de uma carnificina sem sentido.
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    34 – Sangue Negro (2007) – Direção: Paul Thomas Anderson
    Virada do século XIX para o século XX, na fronteira da Califórnia. Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é um mineiro de minas de prata derrotado, que divide seu tempo com a tarefa de ser pai solteiro. Um dia ele descobre a existência de uma pequena cidade no oeste onde um mar de petróleo está transbordando do solo.
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    35 - A Língua das Mariposas (1999) – Direção: José Luis Cuerda
    O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, quando ele reconhecerá a dura realidade de seu país. Rebeldes fascistas abrem fogo contra o regime republicano e o povo se divide. O pai e o professor do menino são republicanos, mas os rebeldes ganham força, virando a vida do garoto de pernas para o ar.
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    36 - O Leopardo (1963) – Direção: Luchino Visconti
    Sicília, durante o período do “Risorgimento”, o conturbado processo de unificação italiana. O príncipe Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) testemunha a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia, lutando para manter seus valores em meio a fortes contradições políticas.
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    37 - Napoleão (1927) – Direção: Abel Gance
    Pelas suas modernas técnicas narrativas e de filmagem, o filme de Abel Gance é considerado um dos mais memoráveis filmes mudos da história. Mostrando desde a infância de Napoleão até a invasão da Itália pelo exercito francês em 1797, a cinebiografia seria a primeira de uma série de seis filmes, que não chegaram a ser realizados.
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    38 - Apocalypse Now (1979) – Direção: Francis Ford Coppola
    39 - Katyn (2007) – Direção: Andrzej Wajda
    40 - O Barco, Inferno no Mar (1981) – Direção: Wolfgang Petersen
    41 - A Ponte do Rio Kwai (1957) – Direção: David Lean
    42 - O Franco Atirador (1978) – Direção: Michael Cimino
    43 - Malcolm X (1992) – Direção: Spike Lee
    44 – Outubro (1928) – Direção: Sergei M. Eisenstein
    45 - Kagemusha (1980) – Direção: Akira Kurosawa
    46 – El Cid (1961) – Direção: Anthony Mann
    47 - 1900 (1976) – Direção: Bernardo Bertolucci
    48 - Vá e Veja (1985) – Direção: Elem Klimov
    49 - A Batalha de Argel (1966) – Direção: Gillo Pontecorvo
    50 - Quando Voam as Cegonhas (1957) – Direção: Mikhail Kalatozov
    Eu poderia indicar muitos e muitos outros, filmes é o que não falta, mas deixo agora a tarefa com vocês. Deixa nos comentários suas sugestões.

    domingo, 18 de agosto de 2013

    Documentário mostra dia-a-dia de adeptos do poliamor



    Assista ao documentário Poliamor (Brasil, 15 min, 2010), do diretor José Agripino, que entrevista pessoas que contrariam a regra dos relacionamentos monogâmicos. São homens e mulheres que optaram por amar mais de uma pessoa.

    No filme, eles relatam as vantagens e também as dificuldades desse tipo de relacionamento, cercado de liberdade e transparência. Assista.

    Inquietos





    Doente em fase terminal, Annabel (Mia Wasikowska) se apaixona por um garoto (Henry Hopper) que tem uma mania estranha: gosta de frequentar funerais. Juntos, eles têm encontros sobrenaturais com o fantasma de um piloto kamikaze da Segunda Guerra Mundial.

    Filme: "Um Método Perigoso" - sobre Freud e Jung


     Filme: "Um Método Perigoso"


    Principais diferenças entre Freud e Jung 

    Por Adriana Tanese Nogueira
    Tem um antigo ditado que aprendi nos meus tempos de estudante de psicanálise, “Um homem caminha por uma estrada e encontra dois outros homens. O primeiro lhe pergunta de onde ele vem, o segundo, para onde ele vai. Esses dois homens são Freud e Jung.”  
              Sigmund Freud (6 de Maio de 1856 – 23 de Setembro de 1939) foi o fundador da psicanálise. Ele criou sua teoria após e por causa de seus estudos sobre uma interessante “doença” muito difundida naqueles tempos: a histeria. Carl Gustav Jung (26 de Julho de 1875 - 6 de Junho de 1961), que Freud havia inicialmente proclamado seu “herdeiro”, foi adiante a partir da experiência de outra doença psicológica: a esquizofrenia. Ambos os pioneiros trabalharam essencialmente com mulheres, seu principal objeto de pesquisa. Ele se depararam estupefatos diantes das atividades do inconsciente, que como eles perceberam podia tão profundamente subverter e conturbar a vida de uma pessoa. Entretanto os dois também chegaram a conclusões muito diferentes.
               O pano de fundo sócio-cultural de cada um era bastante diverso um do outro. Freud era um judeu e sua vida em Vienna (Áustria) sofreu o preconceito racial. Quando jovem, Sigmund testemunhou a fraqueza do pai quando um homem passando pela rua lhe jogou o chapéu no chão num gesto de desdém ao qual o pai de Freud não reagiu. Jung, de outro lado, cresceu na pacífica e eternamente neutra Suíça, filho de um pastor cristão que havia perdido sua fé interior. Do lado da mãe, Jung contava com o grande Goethe entre seus ancestrais. Assim, enquanto Freud experimentava insegurança do ponto de vista social, Jung vivia a insegurança interna de uma alma consciente dos limites de instituições e valores coletivos. Enquanto o primeiro lidava com questões de poder e instabilidade, os quais iriam logo levar a Europa e o mundo ocidental para a catástrofe da segunda guerra mundial, o último estava mergulhado em referênciais culturais e religiosas relacionadas a batalha interior entre bem e mal, e à jornada individual através dos opostos, que iria definir o século e o seguinte, o nosso atual.
              Consequente às suas diferentes origens sociais e culturais, Freud e Jung tiveram caminhos acadêmicos diversos. A filosofia positivista de fundo de Freud, em conformidade com seu tempo, está espelhada em suas opções universitárias. Ele se graduou como neurologista. Estudante diligente, Freud procurou os melhores professores para aprender mais e foi assim que chegou a Paris para estudar com um dos mais renomados neurologistas daqueles tempos, Jean Martin Charcot. Esta experiência o fez voltar-se para a psicopatologia, pois ele se sentiu atraído pelos estudos de Charcot acerca da histeria e sua susceptibilidade à hipnóse. De volta a Vienna, Freud usou a hipnóse com suas pacientes, logo abandonando-a para desenvolver seu método da livre associação e da interpretação dos sonhos, que iria dar origem à psicanálise.
              Na nova era científica dos fins do século XIX, Freud foi o primeiro que levou os sonhos a sério e os estudou. Ele descobriu que os sonhos são o resultado de material psicológico camuflado que foi guardado no quarto escuro do inconsciente pessoal. O que uma pessoa entende como proibido ou desagradável é imediatamente reprimido e enterrado dentro. Entretanto, os conteúdos banidos vêm à tona todas as vezes em que os eventos da vida e a problemática interior se encontram, tornando impossível ao indivíduo fugir deles. Periodica ou cronicamente, esses conteúdos incomodam a consciência da pessoa e se manifestam através dos sonhos. 
              Após décadas de pesquisa, Freud achava que há duas principais correntes psíquicas que lutam pela supremacia: Thánatos (em grego antigo, “Morte”) e Eros (em grego antigo, “Amor”). A vida humana se desenrola entre a tendência para a destrução e o fim, e aquela que vai na direção da vida e da continuação da mesma. Apesar do rebelde Eros criar frequentes problemas, sendo o maior de todos representado pelo Complexo de Édipo, Freud finaliza seu pensamento afirmando que Thánatos é o que, no final, vence.
             A impulso inconsciente sexual que ele incialmente acreditou ser concretista, de modo que o filho sentiría-se sexualmente atraído pela mãe e a filha pelo pai (no Complexo de Electra), mais tarde ele admitiu tratar-se de um impulso predominantemente simbólico, aproximando-se assim da visão de Jung.
             O inconsciente que Freud teorizou é identificado como o resultado do acumulo do que foi descartado durante toda uma vida, cujo conteúdos são oriundos sobretudo da infância. A matéria desse “quarto escuro” luta constantemente para vir à superfície, perturbando o ego consciente. Freud acreditava que este era o inevitável preço que o gênero humano paga pela civilização (“O futuro de uma ilusão”, 1927). Apesar de não podermos ser completamente ‘curados”, podemos certamente suavizar e aleviar a dureza dessa condição humana e transformar os traumas da infância encarando os problemas do passado e redirecionando aquele impulso para outros objetos e objetivos, processo que ele chama de “sublimação”. 
              Enquanto Freud estava publicando seu revolucionário “Interpretação dos Sonhos” em 1900, Jung estava começando seu trabalho como jovem psiquiatra no Burgholzi, um hospital psiquiatrico em Zurique. De lá em diante, ele estudou os trabalhos de Freud e os aplicou ao tratamento de seus pacientes. Entretanto, os resultados o supreenderam, pois a mente esquizofrénica recusava algumas das afirmações de Feud. O problema principal era a respeito do sentido literal e simbólico dos sintomas e fantasias. Logo tornou-se claro que a abordagem freudiana era concreta demais e não se adaptava a alguns dos aspectos da psique com os quais Jung estava lidando.
              Através do método da livre associação, Jung identificou relações entre idéias que das quais os pacientes não podiam ter conhecimento prévio, nem por ter ouvido ou lido a respeito. Indo adiante em suas pesquisas, ele encontrou paralelos entre as tramas e os símbolos dos sonhos de todo tipo de pessoas: desde seus pacientes até prisoneiros nas cadeias americanas e indígenas no meio da África. Não somente, ele se deu conta que havia temas recorrentes na história da cultura humana, expressos tanto na mitologia como na literatura. A conclusão de Jung foi que o inconsciente não podia ser somente pessoal. Há um nível mais profundo que é coletivo, pertencente a todo indivíduo do planeta.
              A primeiro grande trabalho de Jung, “Símbolos da transformação” (1913), consistia numa longa interpretação dos sonhos e fantasias de uma mulher. Esse material apresentava evidentes aspectos simbólicos que Jung demonstrou estarem relacionados à simbologia universal humana. Ao publicar o livro, ele recebeu em cheio a reprovação de Freud e o inevitável rompimento da relação. Por causa da análise simbólica e da vasta bagagem de conhecimentos de mitologia, cultura e literatura que Jung usou ao longo das centenas de páginas de seu trabalho, Freud sentiu-se confrontado. Acima de tudo, Jung negava que o impulso sexual do qual Freud falava fosse um concreto. Para ele, se tratava de uma energia psíquica de proporções maiores que podia se minifestar como impulso sexual mas que era muito mais do que isso, apresentando aspectos simbólicos relacionados a etapas mais profundas e importantes do desenvolvimento humano.
               Daquele momento em diante, os caminhos de Jung e Freud divergiram. Jung foi dasapossado do título de herdeiro, também porque ele estava mais interessado na pesquisa do que em administrar a crescente associação psicanalítica internacional, e Freud tornou-se sempre mais preocupado em segurar firme sua teoria, que estava lidando com uma série de modificações todas as vezes que um novo membro se vinculava a ela.
               Jung passou o resto de seus quase 50 anos de vida trabalhando, pesquisando e escrevendo. Seu legado recolhe uma enorme quantidade de idéias, material e perspectivas. Parte do seu trabalho ainda está para ser publicado. Ele nunca considerou-se o fundador de uma teoria, nem gostava de ter “discípulos” seguindo suas pegadas, pois a essência da visão psicológica de Jung é a jornada individual na direção da unidade interna. Para ele, os indivíduos são levados por forças interiores na direção de um si mesmo superior (ao ego). Isso é chamado de Processo de Individuação. A unicidade de cada pessoa está em jogo nas escolhas de todos os dias. Como acontece aos heróis de sonhos, mitos, filmes e contos de fada, uma pessoa há de lutar contra obstáculos externos e internos que a aprisionam. Esta luta, como a da borboleta esforçando-se para sair do casulo, dá fôlego às suas asas.
               O fim da história não pode ser contado em poucas linhas, até porque não há fim.
               Deixo você com esta imagem. Você entra no consultório de Freud. Ele o faz deitar e senta-se onde você não pode vê-lo para, assim ele acredita, não interferir com o seu processo de abertura. Ele sobretudo ouve e deixa você falar. Daí, você vai ao consultório de Jung. Você encontrará duas confortáveis poltronas, uma de cara para a outra. Você e ele são duas pessoas lidando com os mistérios do inconsciente, o primeiro é experiente e ajuda o segundo a encontrar seu caminho. Naturalmente, a person alidade do analista está envolvida. Jung não acha de jeito nenhum que possa esconder-se de você. Ele aposta na honestidade e humildade. Para ele, ambas as pessoas estão numa jornada, ambas aprendendo, ambas descobrindo e ambas são influenciadas pelo mesma força: o cativante e inteligente inconsciente.
     Fonte: http://www.psicologiadialetica.com